Determinação da imunogenicidade de antígenos totais da saliva de artrópodes ixodídeos e geração de anticorpos IgY em modelo gallus gallus

Autores

  • Malu Mateus Santos Obata Centro Universitário de Talentos Humanos Autor
  • Rafael Obata Trevisan Departamento de Microbiologia, Parasitologia e Imunologia, Universidade Federal do Triângulo Mineiro Autor
  • Marina Cazarini Madeira Centro Universitário de Talentos Humanos Autor
  • Julia Perinotto Picelli Médica Veterinária Autônoma Autor
  • Trayse Graneli Soares Médica Veterinária Autônoma Autor
  • Carlo José Freire de Oliveira Departamento de Microbiologia, Parasitologia e Imunologia, Universidade Federal do Triângulo Mineiro Autor
  • Alvaro Ferreira Júnior Escola de Veterinária e Zootecnia, Universidade Federal de Goiás Autor

Palavras-chave:

Saliva, IgY, Amblyomma cajennense

Resumo

Os anticorpos específicos, policlonais, foram disponibilizados para pesquisa através de imunização de galinhas. Uma alternativa para reduzir os eventos dolorosos e aumentar o rendimento da produção de anticorpos. Filogeneticamente, as aves são anteriores aos mamíferos, fazendo com que o Sistema Imunológico de ambos, durante a evolução das espécies, apresentasse importantes diferenças, por exemplo, as classes de anticorpos. Nas aves são descritas três classes de anticorpos –IgM, IgY e IgA, as quais sãos transferidas para ovo, durante a oogênese. Os anticorpos das aves não recrutam o sistema complemento de mamíferos, não ligam o fator reumatoide e não interagem com o receptor para Fc de outras espécies. Nesse contexto, os anticorpos IgY evitam a ocorrências de resultados falso-positivos em técnicas imunológicas que utilizam amostras biológicas de mamíferos. Os anticorpos IgY são em estudos da relação patógeno versus hospedeiro, proteomica e biologia de agentes infecciosos. Amblyomma cajennense são artrópodes, parasitos hematófagos, as galinhas são moderadamente susceptíveis ao Amblyomma, é vetor de patógenos animais (Theileria equi) e humanos, entre eles as riquétsias causadoras de Febre Maculosa nas Américas. Neste estudo as galinhas foram imunizadas com antígeno de saliva de Amblyomma cajennense. Foram extraídos em média 5 mg/ml de IgY da gema de ovos. Foram detectados anticorpos de alta avidez na segunda semana pós imunização primária, o pico de detecção foi verificado na sexta semana pós imunização. O título de anticorpos IgY séricos foram de 1:32.000 e extraídos da gema 1:16.000. Os anticorpos IgY foram detectados no soro das galinhas imunizadas sete dias após a imunização primária. Conclui-se que a saliva de Amblyomma cajennense é imunogênica para galinhas e induz anticorpos IgY de alta avidez e elevada titulação. As galinhas são precoces para anticorpos de alta avidez e produzem títulos mais elevados de anticorpos no soro e na gema. O melhor momento para extração de anticorpos da gema é a sexta semana pós-imunização primária. Os resultados sugerem que os anticorpos IgY são ferramentas promissoras para estudos com antígenos da saliva de Ixodídeos de interesse médico e veterinário.

Referências

ABBAS, A.; LICHTMAN, A.; PILLAI, S. Imunologia Celular e Molecular-Abbas 8ed. 2015. 631-67.

ARAGÃO, H. D. B. J. M. D. I. O. C. Ixodidas brasileiros e de alguns paizes limitrophes. v. 31, p. 759-843, 1936. ISSN 0074-0276.

BOWMAN, D. Parasitologia veterinária de Georgis. Elsevier Health Sciences, 2010. ISBN 8535246398.

CUNHA, A. P. D. et al. Controle estratégico de Amblyomma cajennense (Fabricius, 1787)(acari: xodidae) em eqüinos, Minas Gerais, Brasil-Parte I. v. 16, p. 221-228, 2007. ISSN 0103-846X.

DAVISON, F. et al. Structure and evolution of avian immunoglobulins. v. 1, p. 107-127, 2008.

ESTRADA-PEÑA, A. et al. Overview: ticks as vectors of pathogens that cause disease in humans and animals. 2008.

FERREIRA JÚNIOR, Á. Anticorpos IgY policlonais: ferramentas auxiliares para o estudo in vitro de Toxoplasma gondii. 2012.

FRANCISCHETTI, I. M. et al. The role of saliva in tick feeding. v. 14, p. 2051, 2009.

FRANCO, P. F. Caracterização da ação da saliva do carrapato Amblyomma cajennense (Acari; Ixodidae) sobre a via clássica do sistema complemento. 2015.

GUIMARÃES, M. C. C.; CORREIA, V. G.; DA GAMA FILHO, R. V. J. P. O.-. Produção de anticorpos em galinhas. v. 2, n. 7, 2008. ISSN 2527-0478.

KINI, R. M. et al. Toxins and Hemostasis. v. 20011, p. 600, 2010.

LEITE, R.; OLIVEIRA, P.; LOPES, C. J. V. E. P. A febre que vem do carrapato. v. 1, p. 22-25, 1998.

LU, Y. et al. Identification and profiling of circulating antigens by screening with the sera from schistosomiasis japonica patients. v. 5, p. 1-9, 2012.

MARTINS, T. F. Estudo do complexo Amblyomma cajennense no Brasil. 2014. Universidade de São Paulo

MARTINS, T. F. et al. Life-cycle and host preference of Amblyomma ovale (Acari: Ixodidae) under laboratory conditions. v. 56, p. 151-158, 2012. ISSN 0168-8162.

NARAT, M. Production of antibodies in chickens. J Food Technology Biotechnology, v. 41, n. 3, p. 259-267, 2003. ISSN 1330-9862.

OLEGÁRIO, M. et al. Life cycle of the tick Amblyomma parvum Aragão, 1908 (Acari: Ixodidae) and suitability of domestic hosts under laboratory conditions. v. 179, n. 1-3, p. 203-208, 2011. ISSN 0304-4017.

PAULY, D. et al. Monitoring of laying capacity, immunoglobulin Y concentration, and antibody titer development in chickens immunized with ricin and botulinum toxins over a two-year period. v. 88, n. 2, p. 281-290, 2009. ISSN 0032-5791.

PINTO, J. et al. Obtención de anticuerpos policlonales IgY antiparvovirus canino a partir de yema de huevo de gallina. v. 10, n. 1, p. 37-44, 2005. ISSN 2027-1352.

PRATA, M. C. A.; ALONSO, L. S.; SANAVRIA, A. J. R. B. D. C. V. Parâmetros biológicos do estagio ninfal de Amblyomma cajennense (Fabricius, 1787)(Acari: lxodidae) em coelhos. v. 3, n. 2, 1996. ISSN 1984-7130.

RIBEIRO, A. M. L. et al. Uso de gemas de ovos de aves hiperimunizadas contra Escherichia coli suína no controle da diarréia neonatal de leitões. v. 34, p. 1234-1239, 2005. ISSN 1516-3598.

RIBEIRO, R. P. PRODUÇÃO, PURIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE ANTICORPOS IGY ANTI-P21 RECOMBINANTE DE Trypanosoma cruzi. 2016.

SCHADE, R. et al. Chicken egg yolk antibodies (IgY-technology): a review of progress in production and use in research and human and veterinary medicine. v. 33, n. 2, p. 129-154, 2005. ISSN 0261-1929.

SCOLES, G. A.; UETI, M. W. J. P.; VECTORS. Amblyomma cajennense is an intrastadial biological vector of Theileria equi. v. 6, p. 1-9, 2013.

SELA-CULANG, I.; KUNIK, V.; OFRAN, Y. J. F. I. I. The structural basis of antibody-antigen recognition. v. 4, p. 302, 2013. ISSN 1664-3224.

SOARES, P. M. Produção e utilização de anticorpos IgY para diagnóstico de brucelose. 2013.

STEINBUSCHI, H.; STRAUGHANI, D. The Production of Avian (Egg Yolk) Antibodies: IgY.

TIZARD, I. Imunologia Veterinária.(Tradução da 9ª Edição): Brasil: Elsevier 2014.

TU, Y.-Y. et al. Afffinity measurement of lactoferrin (LF)-anti-LF immunoglobulin in Yolk (IgY) complexes by competitive indirect enzyme-linked immunosorbent assay (CI-ELISA). v. 14, n. 4, p. 3, 2006. ISSN 2224-6614.

VALENZUELA, J. Exploring tick saliva: from biochemistry to ‘sialomes’ and functional genomics. J Parasitology, v. 129, n. S1, p. S83-S94, 2004. ISSN 1469-8161.

VASCONCELOS, G. A. L. B. M. D. Anticorpos IgY específicos para rotavírus do grupo Auma abordagem terapêutica para rotavirose em Macaca fascicularis. 2015.

Downloads

Publicado

2025-05-20

Edição

Seção

Artigos