Leucemia viral felina
Palavras-chave:
Felino, Vírus, Estomatite, ALTResumo
O FeLV é um gamarretrovírus cosmopolita, responsável por uma das mais importantes doenças infecciosas que acometem o felino doméstico. A transmissão ocorre principalmente de forma oronasal, pelo afago mútuo, compartilhamento de vasilhas de água e comida, e por meio de mordidas e brigas. As manifestações clínicas incluem anemia, linfoma, doenças inflamatórias crônicas e infecções secundárias oportunistas. A avaliação diagnóstica é feita principalmente pelo método de ELISA. No geral, os animais infectados são assintomáticos. Quando doentes, o tratamento é feito com a citocina antiviral interferona recombinante felina, com o antirretroviral AZT, e com terapia sintomática e de suporte. A vacinação é um dos métodos preventivos da doença. O objetivo deste estudo foi relatar um caso de FeLV em felino atendido em clínica veterinária particular no município de Uberaba. O paciente era macho, de aproximadamente 3 anos de idade, sem raça definida, não castrado, pesando 4,8 kg. Apresentava apatia e salivação ao beber água. Percebeu-se linfonodos reacionais, mucosas hiperêmicas, aumento de volume em seios maxilares frontais, lacrimejamento, aumento de volume em espelho nasal, em lábios superiores e próximo aos olhos, sem sinal de Godet ou lesões. Além disso, apresentou aumento exacerbado em ALT. O animal foi medicado e enviado para casa. As alterações apresentadas pelo animal condiziam com as descritas na literatura sobre leucemia viral felina. Conclui-se que o FeLV poderia ser a causa base das alterações encontradas no paciente. Cabe ao médico veterinário conhecer as peculiaridades do paciente felino e julgar a melhor conduta para cada caso, aplicando o melhor tratamento condizente com literaturas atualizadas.
Referências
ALLEMAND, V. C.; RADIGHIERI, R. e BEARL, C. A. Gengivite-estomatite linfoplasmocitária felina: relato de caso. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP. São Paulo: Conselho Regional de Medicina Veterinária. v. 11, n.3, p. 24-19, 2013.
ATWA, A. M.; SIVAGURUNATHAN, A. e LOBETTI, R. Prevalence of feline immunodeficiency and feline leukemia virus infection in Malaysia: a retrospective study. Journal of Feline Medicine and Surgery. p. 1-5, 2018.
FERREIRA, R. F.; DITTRICH, R. L.; MONTANO, P. Y. et al. Perfis hematológicos, bioquímicos e proteína plasmática total de gatos infectados com o vírus da leucemia felina. Archieves of Veterinary Science. v. 22, n. 4, p. 111-115, 2017.
FIGUEIREDO, Andreza Soriano; ARAUJO JUNIOR, João Pessoa. Vírus da leucemia felina: análise da classificação da infecção, das técnicas de diagnóstico e da eficácia da vacinação com o emprego de técnicas sensíveis de detecção viral. Ciência Rural, Santa Maria, v. 41, n. 11, p. 1952-1959, nov. 2011.
HARTMANN, K. Clinical aspects of feline immunodeficiency and feline leukemia virus infection. Veterinary Immunology and Immunopathology. v. 143, p. 190-201, 2011.
JERICÓ, M. M.; NETO, J. P. A.; KOGIKA, M. M. Tratado de Medicina Interna de cães e gatos. 1. ed. Rio de Janeiro (RJ): Roca, 2015. 2464 p.
LITTLE, S. E. O gato: Medicina Interna. 1. ed. Rio de Janeiro (RJ): Guanabara Koogan, 2016. 1332 p.
MUNRO, H. J.; BERGHUIS, L.; LANG, A. S. et al. Seroprevalence of feline immunodeficiency virus (FIV) and feline leukemia virus (FeLV) in shelter cats in the island of Newfoundland, Canada. The Canadian Journal of Veterinaru Research. v. 78, p. 140-144, 2014.
NIZA, M. M. R. E.; MESTRINHA, R. A. e VILELA, C. L. Gengivo-estomatite crónica felina – um desafio clínico. Revista Portuguesa de Ciências Veterinárias. V. 99, n. 551, p. 127-135, 2004.
QUINN, P. J.; MARKEY, B. K.; CARTER, M. E. et al. Microbiologia veterinária e doenças infecciosas. Porto Alegre (RS): Artmed, 2005. 512 p.
RAMSEY, I. K. e TENNANT, B. J. (Org). Manual de doenças infecciosas em cães e gatos. São Paulo (SP): Roca, 2010. 308 p.
SAUNDERS, W. B. Infectious diseases of the dog and cat. 2.ed. Philadelphia (Pa): Greene, 1998. 934 p.
SILVA, D. C. B. C. Avaliação da agregação plaquetária em gatos ambientados e não ambientados, comparando os anticoagulantes Citrato de sódio 3,2% e EDTA e diferentes métodos de contagem de plaquetas. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharel em Medicina Veterinária) – Universidade Federal da Paraíba. Areia, 2017. 53 p.
TEIXEIRA, B. M.; RAJÃO, D. S.; HADDAD, J. P. A. et al. Ocorrência do vírus da imunodeficiência felina e do vírus da leucemia felina em gatos domésticos mantidos em abrigos no município de Belo Horizonte. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, Belo Horizonte, v. 59, n. 4, p. 939-942, ago. 2007.
TOCHETTO, C.; SOUZA, T. M.; BARROS, C. S. L. et al. Aspectos epidemiológicos, clínicos, hematológicos e anatomopatofisiológicos da leucemia eritroide aguda (LMA M6) em gatos. Pesquisa Veterinária Brasileira. v. 31, n. 7, p. 610-619, julho, 2011.
WILLET, B. J. e HOSIE, M. J. Feline leukaemia virus: Half a century since its discovery. The Veterinary Journal. v. 195, p. 16-23, 2013.